quinta-feira, 3 de maio de 2007

Internet, educação e terceiro setor

Apesar de uma visível expansão do acesso à informações através da internet, bem como o crescimento do mercado da informática, uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil revelou que mais da metade dos brasileiros – especificamente 54,3% da população – nunca fizeram uso de um computador.
Em outra pesquisa, esta realizada pela Unesco com 10 mil jovens entre 15 e 29 anos, observa-se que a exclusão social estende-se ao uso do computador: 42% dos jovens das classes A e B utilizam este bem todos os dia, enquanto o mesmo é feito por apenas 9% dos jovens da classe C.
(Fonte: Fundação Abrink http://www.fundabrinq.org.br/portal/alias__abrinq/lang__pt/tabid__346/default.aspx)
Terceiro setor
A economia brasileira divide-se em três setores. O chamado Primeiro Setor refere-se a atuação do Estado. É o setor no qual a origem e a destinação dos recursos são públicas. Já o Segundo Setor corresponde ao capital privado – neste caso, a aplicação dos recursos é feita em benefício particular.
O Terceiro Setor representa a esfera de atuação pública não-estatal, formado a partir de iniciativas privadas, voluntárias, sem fins lucrativos, no sentido do bem comum. A definição mais aceita sobre este setor é de Salamon & Anheier, que afirmam ser características deste setor, por exemplo, o trabalho voluntário.
(Fonte: BNDES http://www.bndes.gov.br/conhecimento/relato/tsetor.pdf)
Elaborada em 1992, a definição de Salamon & Anheier tem uma visão estrutural operacional, baseando-se em cinco aspectos principais para as instituições do terceiro setor: ser formalmente constituída, possuir uma estrutura básica não-governamental, gestão própria, não ter fins-lucrativos e ser baseada em trabalho voluntário.
Ser formalmente constituída, para os autores, garante a existência por um período mínimo de tempo. De alguma forma – seja legal ou não – a instituição deve ter estatuto, regras e procedimentos próprios. E, para isso, vale ressaltar que a organização deve ter uma estrutura básica não ligada a governos.
A gestão própria, explica-se, é para que a mesma não seja controlada por terceiros, mas por dirigentes internos determinados, que não devem distribuir entre si os lucros, pois estes devem ser reinvestidos integralmente na organização. Por isso, a maior parte da mão de obra é voluntária, sem vínculo empregatício e/ou direitos trabalhistas.
Fonte: Wikipédia
Aspectos legais
Ao final da década de 1990 os debates e a movimentação da sociedade civil organizada, liderados pelo Conselho do Comunidade Solidária intensificou-se. Como resultado, foi aprovada a Lei 9.790 trazendo uma nova regulação para o setor.
A Lei 9.790
A Lei 9.790, de março de 1999, tornou-se o marco legal do terceiro setor e introduziu importantes alterações para classificação e execução de suas atividades, como:
Novos critérios de classificação, reconhecendo áreas antes não contempladas;
Novas possibilidades no sistema de articulação entre privado e público;
Possibilidade de remuneração dos dirigentes das instituições sem fins lucrativos.
Mesmo com tais mudanças, as qualificações para as instituições do terceiro setor – o certificado de fins filantrópicos e título de utilidade pública federal – continuam sendo exigidos.
A Oscip
Comumente confundida com as Organizações Não-Governamentais, ONG`s, a Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - foi criada junto com a nova lei, com o objetivo de qualificar juridicamente as organizações do terceiro setor.
A Oscip abrange as organizações que realizam assistência social, atividades culturais, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, educação e saúde gratuita, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do voluntariado, dentre outras atividades.
Com a nova lei as entidades sem fins lucrativos podem remunerar seus dirigentes, contanto que conste em seu estatuto, e desde que compatível com os valores praticados no mercado de trabalho local.
Sendo esta uma entidade de direito privado com objetivos públicos, foram excluídas da composição do terceiro setor, para efeitos legais, as instituições estatais, as organizações de mercado, as cooperativas, as organizações sindicais, as entidades representativas de profissão ou partido político, os fundos de previdência e de pensão e as instituições vinculadas a igrejas ou práticas religiosas, com exceção daquelas que visam apenas o bem comum.
Sociedade da informação
A Sociedade da Informação é considerada uma nova Era, onde as transmissões de dados são de baixo custo e as tecnologias de armazenamento são amplamente utilizadas, possibilitando o fim da exclusão social – diminuindo o fosso existente entre as classes sociais, como citado acima, pelos dados da pesquisa da Unesco.
(Wikipédia)
Sugestões bibliográficas
MOURA, Maria Aparecida. Leitor-bibliotecário: interpretação, memória e as contradições da subjetividade. Perspect. Ciên.Inf., Belo Horizonte, v.9, n.2, p.158-169, jul./dez. 2004. p.163.
Inclusão digital
A Inclusão Digital ou Infoinclusão é a democratização do acesso às tecnologias da Informação, que insere todos na sociedade da informação. Assim, uma maior parte da sociedade pode ter acesso a informações disponíveis na Internet, e assim produzir e disseminar conhecimento.
Posteriormente, quem não estiver "incluído digitalmente" viverá sob uma limitação social importante, perdendo inclusive direitos garantidos à cidadania.
Inclusão digital no Brasil
Programa Computador Para Todos
Atento à importância da inclusão digital, o Ministério da Ciência e Tecnologia elaborou o Programa Computador Para Todos, uma ação que objetiva levar às classes C e D computadores de qualidade, com preços acessíveis a realidade econômicas destas famílias.
O programa tem como foco famílias das classes C e D, cuja renda varia de três a dez salários mínimos, capazes de arcar com uma prestação mensal de, aproximadamente, R$ 60 (sessenta reais). O limite máximo do preço do computador popular é de R$ 1,4 mil, a ser pago em 24 parcelas mensais.
Casa Brasil
Na onda de preocupação com a democratização da informática, o projeto Casa Brasil funciona como um centro de alfabetização tecnológica, de cidadania, de divulgação da ciência, da cultura e das artes. O objetivo é oferecer capacitação e treinamento tanto para o primeiro emprego como para o aperfeiçoamento profissional, e contribuir para a melhoria do ensino público fundamental e médio.
Sua estrutura inclui telecentro, biblioteca popular, auditório, estúdio multimídia, laboratório de popularização da ciência, rádio comunitária, unidade bancária e módulos de presença do governo federal.
Em 2005, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou edital para a implantação das primeiras 90 unidades do Casa Brasil, bem como de telecentros em escolas públicas, em parceria com estados e municípios. Desde então, já foram instalados mais de mil telecentros, com investimentos ultrapassando os R$ 5 milhões.
Fonte: http://www.computadorparatodos.gov.br/noticias/20070226_01
Programa Telecentros
Mantido e criado pela Prefeitura de São Paulo, o Programa Telecentros é um dos maiores e mais bem sucedidos programas de Inclusão Digital e Social brasileiro. Até março deste ano, o programa contava com 158 unidades (cada unidade com 20 computadores e 1 impressora).
Atuando em todas as regiões da capital de São Paulo, oferece Cursos básicos e avançados de Informática e outros Cursos e oficinas de acordo com a necessidade local de cada unidade Além disso, a população tem livre acesso à Internet.
Inclusão digital no Ceará
Garagem digital
O Programa Garagem Digital foi criado em setembro de 2001, com o objetivo de contribuir com o processo educacional de jovens e com o desenvolvimento de suas comunidades através da inclusão digital. E, assim, contribuir com a diminuição do vácuo da exclusão digital no Brasil.
Como parceira estratégica, a HP Brasil fornece tecnologia e apoio financeiro. Já a Fundação Abrinq avalia, monitora, coordena, colabora com a metodologia e aplicação pedagógica e sistematiza a experiência para posterior disseminação. O Instituto Centec e o CPA - Centro de Profissionalização de Adolescentes oferecem, por exemplo, as instalações e o conhecimento sobre processos de capacitação profissional de jovens.
O Garagem Digital é um laboratório de experimentação de metodologias de inclusão digital que visa à democratização do acesso e o uso otimizado das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Com equipamentos modernos, estimula a conscientização dos jovens com relação ao uso das TICs como meio e potencial ferramenta ao exercício de sua cidadania.
Além disso, uma Rede de Oportunidades organizada pelo próprio Programa busca inserir os jovens que concluem a formação em um banco de dados e articula com empresas e entidades em geral oportunidades diversas de emprego, estudo e apoio ao empreendedorismo.
Inclusão digital no mundo
Um computador para cada criança
O XO (The Children's Machine), popularmente conhecido como “o Laptop de 100 dólares” é um projeto de inclusão digital desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Consiste em um projeto educacional para a criação de um notebook barato com o objetivo de difundir o conhecimento e novas tecnologias a todas as crianças do mundo.
Essa tecnologia promete revolucionar a educação, disponibilizando computadores a um custo de U$100,00, tendo como alvo os países em desenvolvimento - entre eles o Brasil! -, que já demonstraram interesse no projeto.
A fabricação do “Laptop de 100 dólares” ficará a cargo de uma empresa taiwanesa, a Quanta Computers – maior fabricante global de notebooks – e deverá começar no segundo trimestre de 2007.
(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Laptop_das_crian%C3%A7as#_note-0)
Fim da sala de aula?
Frente à inépcia da educação pública em atender às novas demandas sociais, a possibilidade de descentralizar o aprendizado ameaça a estrutura escolar como a conhecemos: feita em sala de aula e sob a orientação ou mediação de um professor.
Para David Cavallo, um dos diretores do projeto One Laptop per Child, encarregado de cuidar de negócios na América Latina, o modelo atual de salas de aula será extinto. “Queremos acabar com a idéia de uma escola monótona. O aprendizado pode acontecer em qualquer lugar, não apenas na escola”, afirmou Cavallo. “Quando a criança vai para casa, nada impede que ela continue aprendendo”.
(Fonte: Unesco http://osi.unesco.org.br/conteudo_tema.php?tema=6)
Esse pensamento parte de uma premissa arriscada, a de que o homem é bom e basta lhe dar a oportunidade de se desenvolver, que teremos uma sociedade mais justa, igualitária, cordial, segura. É uma aposta arriscada, haja vista que a internet não é apenas povoada de sites educativos, altruístas. Alem do mais, na convivência com colegas de sala e sob a observação dos professores, acontece uma educação que vai além da perspectiva do acesso à informação e envolve aprender a conviver com o outro, respeitar o espaço do outro.
A liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro. Essa definição simples não precisa de referencia bibliográfica ou longas discussões acadêmicas para se fazer inquestionável. E esse freio auto-imposto aos impulsos egoístas que a psicologia chama de superego é construído pela educação. Da mesma forma, a bondade. Esta é construída pela mãe ou pela professora que reage aos impulsos infantis lhes dando um sentido que é social, criando o que se chama de valores.
Não há dúvida de que a educação precisa de uma revolução. A questão é: qual?
Mirosoft ameaçada
Depois que Bill Gates anunciou, em Pequim que venderá por apenas 3 dólares um pacote incluindo o Windows e o Office (cujo preço nas prateleiras das lojas seria de 400 dólares - trata-se de desconto de 99,25% de um produto de alta tecnologia), tornou-se claro que a Microsoft sente-se ameaçada pela concorrência.
Esta ação da Microsoft é uma resposta aos recentes movimentos registrados no comércio mundial de sistemas operacionais. Atualmente, nove em cada dez computadores pessoais do mundo usam Windows. Mas as vendas dos produtos novos (e caros) esbarram em mercados saturados, que crescem em ritmo lento.
Com lançamento do programa operacional Vista, as vendas - em um mês – corresponderam a quase o mesmo número de cópias que o modelo Windows XP havia comercializado em 2001. Uma outra versão, bem mais barata do que o Windows, o Start Edition, foi lançado em 2004 na Tailândia e em dois anos vendeu 1 milhão de cópias.
Para os negócios da Microsoft, a possibilidade de deixar a nova e crescente geração de usuários ser seduzida por programas alheios constitui um grave risco. O objetivo da empresa é conquistar mais 1 bilhão de consumidores até 2015. As vendas dos programas a 3 dólares começarão em setembro e serão feitas a governos que fornecerem PCs a estudantes 400 dólares é o preço normal dos softwares oferecidos nas lojas pela Microsoft.
Inclusão digital no Brasil
Computador para todos
Desde 2005 o projeto de inclusão digital do governo federal, Computador Para Todos – Projeto Cidadão Conectado, oft sente-se ameaçada pela concorrultrapassando os Rormenten neste trabalho, pelos dados da pesquisaregistrou o financiamento de mais de 19 mil máquinas. Mas isto constitui quase 2% da meta do programa, que busca vender um milhão de computadores para consumidores com renda entre 3 e 7 salários mínimos.
O computador oferecido trata-se de PC, que dispõe do sistema operacional Linux e um conjunto de softwares livres com 26 aplicativos, como editor de texto, aplicações gráficas e antivírus. Além disso, há suporte técnico durante um ano e as atualizações são gratuitas e periódicas.
Os dados de financiamento são da Caixa Econômica Federal, que financiou 1.181 equipamentos. O Magazine Luiza, único varejista que obteve uma linha de crédito do BNDES, parcelou 18.186 computadores.
(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_digital#_note-1)

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